Novo herbicida para arroz irrigado

Dr. Arroz e Epagri informam:

Nesta safra a Basf disponibilizou no mercado o herbicida Heat (saflufenacil).
Na cultura do arroz, quando utilizado em pós-emergência, é um produto bastante específico, destinado principalmente para o controle da sagitária.
Como recebemos diversos pedidos de informações sobre este herbicida e considerando que realizamos alguns experimentos com este produto, faremos algumas considerações:


1) A dose de registro de Heat é de 100 a 210 g/ha. Trata-se de um produto que pode causar fitotoxicidade ao arroz, caracterizada por pontuações necróticas nas folhas ou mesmo morte de folhas e de plântulas. Portanto, é prudente evitar doses no limite superior quando aplicado em plântulas de arroz com até 3 a 4 folhas. Em nossas pesquisas, temos observado diferenças apenas sutis com a variação de doses no intervalo de 100 a 210 g/ha. De maneira geral, observa-se que doses de 140 g/ha apresentam bons resultados;


2) Apesar da fitotoxicidade inicial causada por Heat, não observamos reduções de produtividade nas cultivares de ciclo tardio da Epagri. De maneira geral, duas a três semanas são suficientes para o desaparecimento dos sintomas;


3) Heat é um produto estrategicamente interessante no manejo da sagitária. Temos observado um aumento considerável na ocorrência da sagitária com resistência múltipla (resistência aos inibidores da ALS e do fotossistema II), principalmente na região do baixo Vale do Itajaí. Heat é um inibidor de Protox e por esta razão é aconselhável sua alternância com Basagran como forma de prevenção a resistência;


4) Conforme já mencionado, Heat é bastante específico, portanto deve ser associado a outros herbicidas, quando se fizer necessário o controle de outras plantas daninhas. Mesmo com o uso de herbicidas de amplo espectro, tais como Nominee, Ricer, Only, Kifix, etc, deverá ocorrer escapes de ciperáceas (Cyperus difformis, Fimbristylis miliacea), considerando-se a resistência destas plantas daninhas aos inibidores de ALS e a baixa eficiência de Heat principalmente a C. difformis. Neste caso, faz-se necessário a aplicação de produtos complementares tais como Basagran e Aurora; 


5) Lembramos que a legislação brasileira proíbe as misturas em tanque, portanto, recomenda-se as aplicações seqüenciais, sendo o Heat o último produto a ser aplicado;


6) Algumas misturas, particularmente com Only, Kifix, Aura e Aurora, potencializam as injúrias ao arroz nas cultivares CL de primeira geração. Baixas temperaturas, reduzem o vigor do arroz e conseqüentemente, retardam a recuperação das plantas com injúrias, podendo inclusive causar morte de plântulas.


Informações adicionais podem ser solicitadas aos pesquisadores Domingos Sávio Eberhardt (savio@epagri.sc.gov.br) e José Alberto Noldin (noldin@epagri.sc.gov.br).

Flutuação populacional e o manejo integrado de pragas

Dr. Arroz e Epagri informam:

Veja as dicas para implementar um correto manejo da bicheira-da-raiz.




Avaliação de Safra - Resultado 2012/13

Dr. Arroz e Epagri informam:

Cadeia produtiva do arroz irrigado finaliza resultados de produção e produtividade em Santa Catarina na safra 2012/13.




Manejo de pragas na entressafra

Dr. Arroz e Epagri comentam:

Onde estão as principais pragas do arroz nesta época de entressafra?
Tanto os percevejos quanto os adultos de bicheira-da-raiz estão em hibernação, esperando o tempo esquentar para reiniciarem o ataque. A hibernação normalmente é feita em locais escuros e úmidos, porém não sujeitos a alagamentos. Assim, os percevejos se abrigam em touceiras de capim alto como o rabo-de-burro e o colonião. Bainhas de folhas de palmeira-real e de bananeiras e canaviais também proporcionam refúgio aos percevejos. Adultos de bicheira-da-raiz procuram capões de mata, bambuzais ou outras áreas com vegetação arbustiva, embora não sejam tão restritos quanto aos locais de hibernação como os percevejos.
Estes insetos, ao final da entressafra, estarão debilitados pelo longo período de hibernação, e assim não apresentam intensa mobilidade e procuram, antes de mais nada, se alimentar para repor a perda nutricional. Desta forma, dirigem-se para as áreas de lavoura mais próximas aos refúgios em busca de alimento.
Quanto mais tempo demorarem para encontrar alimento, mais debilitados ficarão e mais rápido morrerão. Por isso é fundamental não deixar refúgios de hibernação próximos às áreas de lavoura. Quanto mais longe os insetos forem para hibernar, mais difícil fica seu retorno na safra seguinte.

O que fazer então?
Dentre as medidas de manejo de pragas na entressafra, deve se implementar a roçada de taipas, margens de lavoura e bordas de estradas, eliminando touceiras de capim ou outros refúgios de hibernação do entorno das lavouras.
Após esta limpeza, podem ser instalados abrigos artificiais de hibernação para captura de percevejos, que podem ser pedaços de tábuas ou telhas nas taipas e margens de estradas internas, verificando e eliminando periodicamente os percevejos encontrados sob estes abrigos.

Cuidado com a brusone

Dr. Arroz e Epagri alertam:
Surtos de brusone têm assolado lavouras catarinenses de arroz irrigado.

Em função da incidência de doenças, em especial da brusone, ser extremamente elevada na atual safra, em virtude das condições climáticas favoráveis e pela não adoção ou adoção parcial do pacote tecnológico recomendado pela Epagri, enfatizamos a necessidade da utilização das seguintes medidas para o controle da brusone:

•  Época de aplicação: realizar duas aplicações de fungicidas, sendo a primeira na fase final de emborrachamento e a segunda 14 dias após a primeira, quando a cultura estiver em pleno florescimento.

•  Tipo de bico: deve-se utilizar, preferencialmente, ponteiras de aplicação tipo duplo-leque, haja vista que há necessidade de o produto atingir as partes mais baixas da planta, pois os fungicidas, mesmo sistêmicos, movimentam-se somente no sentido ascendente.

•  Fungicidas recomendados: os principais tratamentos fungicidas recomendados são Bim + Alterne (250 g + 750 mL); Nativo + Áureo (750 mL + 500 mL); Priori + Score + Nimbus (400 mL + 300 mL + 500 mL).

•  Bim: Trata-se de um fungicida específico para brusone, portanto deve ser empregado na primeira aplicação. O Bim pode ser empregado também na segunda aplicação, porém neste caso, deve ser associado a um fungicida de amplo espectro para o controle de manchas de grãos.


OBSERVAÇÃO: a mistura de adubos foliares, aminoácidos e outros produtos a calda fungicida, que não sejam recomendados pelo fabricante ou pela pesquisa, podem alterar suas características resultando desde a redução da sua eficiência até fitotoxicidade, provocando perdas significativas de produtividade.