Praga da quinzena

Lagartas do arroz irrigado reveladas


As lagartas estão entre as principais pragas do cultivo de arroz irrigado em Santa Catarina. Esses insetos se instalam na parte aérea das plantas, comendo folhas ou broqueando o colmo e ocasionando perdas de produtividade.

Atenta a esta situação, a Epagri lança o Boletim Técnico Lagartas nas lavouras catarinenses de arroz irrigado: ocorrência, monitoramento e manejo integrado, onde foram reunidas informações sobre a bioecologia das lagartas do arroz, bem como orientações sobre as medidas de monitoramento e manejo integrado a serem adotadas para o controle de suas populações nas lavouras.
O manejo integrado de pragas e, mais recentemente, a produção integrada, são conceitos modernos em agricultura que preconizam a integração dos métodos de controle de pragas com as práticas de cultivo, para minimizar os danos às plantas, à saúde humana e à integridade do meio-ambiente.  Num programa de manejo de pragas enfatiza-se o conhecimento, a antecipação e o escape aos problemas fitossanitários; o emprego de técnicas de monitoramento para vincular a tomada de decisão de controle em níveis populacionais; e a integração de métodos de controle para que menor seja o distúrbio no agroecossistema.





Percevejos do arroz irrigado revelados


Os percevejos do arroz estão entre as principais pragas do cultivo de arroz irrigado em Santa Catarina. Esses insetos se instalam na parte aérea das plantas, causando sintomas nos perfilhos, panículas e grãos, que podem resultar em perdas de produtividade variando de 20 a 30%.

Atenta a esta situação, a Epagri lança o Boletim Técnico Percevejos nas lavouras catarinenses de arroz irrigado: ocorrência, monitoramento e manejo integrado, onde foram reunidas informações sobre a bioecologia dos percevejos do arroz, bem como orientações sobre as medidas de monitoramento e manejo integrado a serem adotadas para o controle de suas populações nas lavouras.
O manejo integrado de pragas e, mais recentemente, a produção integrada, são conceitos modernos em agricultura que preconizam a integração dos métodos de controle de pragas com as práticas de cultivo, para minimizar os danos às plantas, à saúde humana e à integridade do meio-ambiente.  Num programa de manejo de pragas enfatiza-se o conhecimento, a antecipação e o escape aos problemas fitossanitários; o emprego de técnicas de monitoramento para vincular a tomada de decisão de controle em níveis populacionais; e a integração de métodos de controle para que menor seja o distúrbio no agroecossistema.







Spodoptera frugiperda em lavouras de arroz irrigado


por: Eduardo Rodrigues Hickel, DSc Entomologia
Epagri - Estação Experimental de Itajaí

Surtos de lagartas têm sido noticiados esta safra em lavouras de arroz irrigado e atenção redobrada tem que ser dada à ocorrência desses insetos.
A grande dificuldade dos produtores é perceber o início das infestações, de modo que, normalmente, só veem as lagartas quando elas tornam-se maiores, provocando mais danos e tornando o controle mais difícil.
A lagarta que está ocorrendo é a lagarta-militar ou lagarta-das-folhas (Spodoptera frugiperda),
comum em lavouras de milho, mas que tem várias outras plantas hospedeiras, com preferência acentuada por gramíneas. No arroz, essas lagartas comem as folhas, podendo facilmente provocar a desfolha total em plantas jovens.
As mariposas de S. frugiperda encontram-se normalmente nos habitats agrícolas e em constante movimentação. Eventualmente infestam lavouras de arroz irrigado, principalmente na ausência temporária da lâmina d'água. Lavouras constantemente inundadas parecem ser evitadas pelas mariposas, talvez pelo risco iminente de afogamento. Por este motivo, as lavouras implantadas por semeadura em solo seco devem receber maior atenção, pois estão sujeitas a infestações mais frequentes.
As medidas de manejo integrado da lagarta-militar em arroz irrigado envolvem:
- bom preparo e nivelamento do solo;
- manutenção de lâmina d'água uniforme ou antecipação da inundação, caso seja lavoura semeada em solo seco;
- vistorias periódicas durante o estabelecimento da lavoura, inspecionando inclusive capins nas taipas e valas;
- proporcionar condições para que os inimigos naturais exerçam a ação de parasitar ou predar lagartas e ovos, minimizando o uso de inseticidas organossintéticos;
- constatada a presença de lagartas, adotar alguma medida de controle, localizado sempre que possível;
- destruir a soca em pós-colheita, com incorporação da palhagem;
- após a colheita, proceder a limpeza ou roçada de taipas, valas e estradas internas, para reduzir possíveis sítios de procriação de lagartas.
O controle químico somente deve ser efetuado quando houver alta população da lagartas, em vários focos na área. Para este inseto, em arroz irrigado, há o maior número de inseticidas registrados, portanto não faz sentido se recorrer, erroneamente, a produtos registrados para uso em lavouras de soja. O controle químico será tanto mais eficiente, quanto menores estiverem as lagartas.




Lesmas Omalonyx em lavouras de arroz irrigado

por: Eduardo Rodrigues Hickel, DSc Entomologia
Epagri - Estação Experimental de Itajaí

Época de início de plantio sempre nos reserva algumas surpresas quanto à ocorrência atípica de organismos, em altas populações, chegando à condição de praga nas lavouras.

Este tem sido o caso da ocorrência de lesmas Omalonyx sp. (figura ao lado) no Vale do Rio Tijucas.
As lesmas do gênero  Omalonyx são "quase caramujos" (ou "semi-lesmas" para alguns autores), pois têm uma concha externa reduzida, achatada e em forma de unha na região mediana do dorso. São lesmas hermafrodidas, herbívoras, anfíbias e limnófilas, ou seja habitam ambientes de transição entre a terra firme e a água, sendo encontradas no solo úmido ou sobre plantas aquáticas e demais vegetações adjacentes de brejos, lagos e planícies de inundação de rios.
Esses animais têm distribuição restrita à região Neotropical e portanto, são nativos dos rios, lagos e brejos da América-do-Sul. 
A ocorrência de altas populações danificando o arroz recém-semeado é completamente atípica, tanto que não há relatos bibliográficos dessas lesmas como pragas do arroz irrigado no Brasil.
A planta de arroz não é hospedeiro preferencial para essas lesmas, que se alimentam de ervas mais tenras como o aguapé e outras aquáticas. Contudo, ante a altas populações e ausência de hospedeiros mais apropriados, as lesmas comem o arroz. As folhas novas atacadas ficam com raspagens no sentido das nervuras, que podem levar ao secamento dessas folhas. Plantas pequenas podem ser tombadas e completamente consumidas pelas lesmas, o que ocasiona perda de estande nas lavouras.
O manejo fitossanitário dessas lesmas, e de  moluscos em geral em arroz irrigado, carece de produtos registrados. Por isso é fundamental investigar as causas do aumento populacional desses animais e tentar corrigir essas causas. Uma alternativa imediata, para lavouras sofrendo ataque severo, é a drenagem das quadras, objetivando limitar a dispersão das lesmas na área e ao mesmo tempo forçando-as a retornarem para seus locais de origem.