SCS121 CL - Nova variedade de arroz lançada pela Epagri

A nova variedade de arroz – SCS121 CL  foi desenvolvida por pesquisadores da Estação Experimental de Itajaí, em parceria com a Basf. A sigla CL significa que esta variedade deve ser usada no sistema de produção Clearfield – termo em inglês que significa “campo limpo”. A nova variedade se destaca pelo seu alto desempenho na lavoura, por ser resistente a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas, que controlam praticamente todas as plantas daninhas que infestam as lavouras de arroz irrigado, inclusive o arroz-daninho, também conhecido como arroz-vermelho. Também apresenta boa resistência às doenças e ao acamamento. Na indústria, a nova variedade é adequada tanto para arroz branco quanto parboilizado e possui maior rendimento industrial, em função do menor percentual de casca nos grãos. A variedade SCS121 CL se destaca ainda pelas boas qualidades culinárias, o que agradará os consumidores.
Os produtores de sementes de Santa Catarina, associados da Acapsa (Associação Catarinense dos Produtores de Sementes de Arroz), estarão disponibilizando, já para o próximo cultivo na safra 2015/16, mais de 3.250 toneladas de sementes, ou seja, aproximadamente 65.000 sacas de 50 kg, quantidade de sementes suficientes para o cultivo em mais de 30 mil hectares.
Estudos realizados em outras regiões do Brasil confirmaram que além de Santa Catarina, a nova variedade poderá ser cultivada em outros estados brasileiros como o Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Ceará e Maranhão, além de países como Argentina, Paraguai e Bolívia.
Os agricultores interessados em cultivar a SCS121 CL devem contatar com os técnicos da Epagri nos municípios, nas cooperativas ou com as demais entidades representativas da cadeia produtiva do arroz irrigado em Santa Catarina.


XII Conferência Internacional de Arroz para a América Latina e Caribe

De 23 a 26 de fevereiro de 2015 será realizada, em Porto Alegre, RS, a XII Conferência Internacional de Arroz para a América Latina e Caribe.


Este evento está sendo organizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz - IRGA (Brasil), pelo Fundo Latino-Americano de Arroz Irrigado - FLAR, pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical - CIAT e pela Aliança Global para a Pesquisa do Arroz - GRISP.

Estarão presentes muitos especialistas, de todo o mundo, para discutir temas relacionados com a pesquisa e a produção de arroz no continente americano. O tema central é "Horizontes para a Competitividade". Nesse contexto será abordado o conhecimento atual e a contribuição da pesquisa em melhoramento genético, manejo da cultura e mudanças climáticas. Também serão discutidas as oportunidades de mercado e as parcerias para a competitividade da cadeia do arroz na América Latina.

O encontro dos agricultores e cientistas também será uma ótima oportunidade para celebrar o vigésimo aniversário do FLAR, que é uma parceria de vários países latino-americanos e tem promovido pesquisa, desenvolvimento e cooperação internacional no cultivo do arroz.

As atividades da Conferência serão concluídas no dia 26 de fevereiro com um dia de campo na Estação de Pesquisa - IRGA, em Cachoeirinha, RS (próximo à Porto Alegre).


Confira a programação em: http://conferenciaarroz2015.com.br/index.php?pagina=7


Maçarico-preto nas lavouras de arroz irrigado

Fato que tem ocorrido nos últimos anos nas lavouras de arroz irrigado, e que tem preocupado os produtores, é a presença de uma ave preta com bico curvo, cujos bandos têm aumentado substancialmente. Conheça um pouco mais sobre esta ave na matéria postada abaixo e preparada pelo pesquisador Eduardo Rodrigues Hickel da Epagri – Estação Experimental de Itajaí.

Uma “ave preta com bico curvo” pode fazer alusão a duas espécies muito parecidas e pertencentes à família Threskiornithidae, da ordem Pelecaniformes (Ciconiiformes em parte): o maçarico-preto e a caraúna-de-cara-branca.
Seus parentes mais próximos são os guarás (Eudocimus ruber) e as curicacas (Theristicus caudatus), que também apresentam o bico longo e curvado para baixo.

Maçarico-preto Maçarico-preto é nome comum para a espécie Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823), cujo nome científico vem do grego: phimosus, phimus, phimos = focinho; e do latim: infuscata, infuscatus, infuscus = escuro, enegrecido, ou seja, ave escura com focinho ou ave negra com focinho.
Por ter ampla dispersão no território nacional, o maçarico-preto recebe vários nomes populares, como tapicuru-de-cara-pelada, tapicuru-preto, maçarico-de-cara-pelada, maçarico-do-banhado (no sul), chapéu velho e até frango-d'água (no Pantanal). Em inglês é conhecido como Bare-faced Ibis.
O maçarico-preto mede de 46 a 54cm de comprimento e pesa cerca de 575g. Apresenta um bico longo e curvado para baixo, cuja cor varia de amarela-alaranjada até amarela-viva, contrastando com a plumagem negra com reflexos verde-azulados. A cara é também alaranjada. Acontece porém que, devido a ave se alimentar nos lodaçais, o bico e cara acabam ficando enegrecidos pela lama.
Ninho de maçarico-preto De outubro a janeiro, os casais costumam se isolar temporariamente do bando para procriar. Constroem o ninho nos juncais, onde colocam de dois a cinco ovos azulados, que incubam por 23 a 24 dias. Os filhotes tem a primeira plumagem pardo-escura, quase negra, atingindo o tamanho do adulto em torno de um mês após a eclosão.
A dieta do maçarico-preto inclui caranguejos, pitus e outros crustáceos, caramujos, bivalves e outros moluscos, minhocas e outros vermes, insetos e inclusive matéria vegetal (sementes e folhas). Nos banhados e várzeas, procura alimento na água rasa usando o bico para isso, enquanto caminha lentamente. Pode também se alimentar em terra firme, furando o solo com o bico, porém sempre próximo de locais com água.
Bando de maçarico-preto
A ave vive em bandos em brejos, margens de rios, banhados e campos recentemente arados. Dormem em áreas abertas pousadas no solo, ou em árvores. No Pantanal, se reúnem em bandos enormes, voando alto para o local de repouso. Pela manhã já estão espalhados, atrás de comida.
A distribuição geográfica da espécie inclui o Brasil, a Argentina, a Bolívia, a Colômbia, o Equador, a Guiana, o Paraguai, o Suriname, o Uruguai e a Venezuela. No Brasil, ocorre nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goias, Bahia e Minas Gerais.
Não se sabe ao certo se a espécie é migratória, porém o deslocamento de indivíduos em função de estações secas pode ocorrer, como no pantanal mato-grossense.

Caraúna-de-cara-branca é nome comum para a espécie Plegadis chihi (Vieillot, 1817), cujo nome científico vem do grego: plëgados, plegadis = em forma de foice, falciforme; e chihi = onomatopeia francesa para o som emitido por este pássaro, ou seja, ave com bico falciforme que pia “chihi”.
O nome comum da espécie prevalece por todo o território nacional. Em inglês é conhecido como White-faced Ibis.
A caraúna-de-cara-branca mede de 43 a 65cm de comprimento e pesa cerca de 610g. Apresenta um bico longo e curvado para baixo, de cor cinza-escura. A coloração da plumagem é castanho-escura com lustro verde-metálico, porém adquire tom purpúreo-metálico no dorso, asas, cabeça e pescoço na época reprodutiva, quando as pernas cinzentas também ficam avermelhadas. Uma borda de penas brancas cerca a pele facial que é de uma cor entre rosada e vermelha.
Os hábitos reprodutivos, alimentares e comportamentais são muito semelhantes ao do maçarico-preto, onde ambas as espécies coexistem. A caraúna-de-cara-branca também se alimenta de peixes e pequenos anfíbios e pode nidificar em árvores.
A distribuição geográfica da espécie inclui o Brasil, a Argentina, o Peru e o Chile. No Brasil ocorre nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A caraúna-de-cara-branca também ocorre no México e nos Estados Unidos, onde é espécie migratória. Na América do Sul as populações são endêmicas.

Além destas, também pode estar ocorrendo uma terceira espécie nas lavouras: o coró-coró ou caraúna, Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789), cujo aspecto da ave é muito semelhante ao das outras duas espécies. Contudo, o coró-coró é uma espécie de borda de mata, que não constitui grandes bandos.

O aumento populacional destas aves está relacionado ao sucesso reprodutivo das espécies, resultante da fartura de alimento e áreas para alimentação e da aparente falta de predadores nessas áreas. Para essas espécies, a maior predação ocorre durante a nidificação, sendo ovos e filhotes caçados por vários predadores. Depois de adultas, essas aves têm poucos predadores.
Por serem constituintes da fauna silvestre, qualquer proposta de manejo das populações terá que estar respaldada pelos órgãos ambientais competentes, como a Fatma e o Ibama.

Mais informações, consulte:
Wiki Aves. http://www.wikiaves.com.br
Aves Catarinenses. http://www.avescatarinenses.com.br
Planet of Birds. http://www.planetofbirds.com



Novo herbicida para arroz irrigado

Dr. Arroz e Epagri informam:

Nesta safra a Basf disponibilizou no mercado o herbicida Heat (saflufenacil).
Na cultura do arroz, quando utilizado em pós-emergência, é um produto bastante específico, destinado principalmente para o controle da sagitária.
Como recebemos diversos pedidos de informações sobre este herbicida e considerando que realizamos alguns experimentos com este produto, faremos algumas considerações:


1) A dose de registro de Heat é de 100 a 210 g/ha. Trata-se de um produto que pode causar fitotoxicidade ao arroz, caracterizada por pontuações necróticas nas folhas ou mesmo morte de folhas e de plântulas. Portanto, é prudente evitar doses no limite superior quando aplicado em plântulas de arroz com até 3 a 4 folhas. Em nossas pesquisas, temos observado diferenças apenas sutis com a variação de doses no intervalo de 100 a 210 g/ha. De maneira geral, observa-se que doses de 140 g/ha apresentam bons resultados;


2) Apesar da fitotoxicidade inicial causada por Heat, não observamos reduções de produtividade nas cultivares de ciclo tardio da Epagri. De maneira geral, duas a três semanas são suficientes para o desaparecimento dos sintomas;


3) Heat é um produto estrategicamente interessante no manejo da sagitária. Temos observado um aumento considerável na ocorrência da sagitária com resistência múltipla (resistência aos inibidores da ALS e do fotossistema II), principalmente na região do baixo Vale do Itajaí. Heat é um inibidor de Protox e por esta razão é aconselhável sua alternância com Basagran como forma de prevenção a resistência;


4) Conforme já mencionado, Heat é bastante específico, portanto deve ser associado a outros herbicidas, quando se fizer necessário o controle de outras plantas daninhas. Mesmo com o uso de herbicidas de amplo espectro, tais como Nominee, Ricer, Only, Kifix, etc, deverá ocorrer escapes de ciperáceas (Cyperus difformis, Fimbristylis miliacea), considerando-se a resistência destas plantas daninhas aos inibidores de ALS e a baixa eficiência de Heat principalmente a C. difformis. Neste caso, faz-se necessário a aplicação de produtos complementares tais como Basagran e Aurora; 


5) Lembramos que a legislação brasileira proíbe as misturas em tanque, portanto, recomenda-se as aplicações seqüenciais, sendo o Heat o último produto a ser aplicado;


6) Algumas misturas, particularmente com Only, Kifix, Aura e Aurora, potencializam as injúrias ao arroz nas cultivares CL de primeira geração. Baixas temperaturas, reduzem o vigor do arroz e conseqüentemente, retardam a recuperação das plantas com injúrias, podendo inclusive causar morte de plântulas.


Informações adicionais podem ser solicitadas aos pesquisadores Domingos Sávio Eberhardt (savio@epagri.sc.gov.br) e José Alberto Noldin (noldin@epagri.sc.gov.br).

Flutuação populacional e o manejo integrado de pragas

Dr. Arroz e Epagri informam:

Veja as dicas para implementar um correto manejo da bicheira-da-raiz.




Avaliação de Safra - Resultado 2012/13

Dr. Arroz e Epagri informam:

Cadeia produtiva do arroz irrigado finaliza resultados de produção e produtividade em Santa Catarina na safra 2012/13.